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terça-feira, 8 de novembro de 2011

Bolsas na Ásia em 08/11

TÓQUIO, 8 de novembro(Reuters) - As bolsas de valores asiáticas anularam os ganhos iniciais e a maioria fechou em baixa nesta terça-feira, com temores de que a disparada do custo de financiamento da Itália possa aprofundar a crise da zona do euro, enquanto a Grécia tinha dificuldade para encontrar um novo líder.


O índice MSCI das ações da região Ásia-Pacífico com exceção do Japão caía 0,13 por cento, revertendo a alta de até 0,7 por cento registrada mais cedo. Em Tóquio, o índice Nikkei perdeu 1,27 por cento.

O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, enfrenta uma votação parlamentar crucial sobre finanças públicas, que pode afundar seu governo se houver um número suficiente de desertores em seu partido.

'O novo governo grego está dando algum otimismo, mas mais adiante, os mercados devem se focar na Itália, que é grande demais para falir, porém grande demais para ser resgatada', disse Ong Yiling, analista da Phillip Futures.

O volume de negócios foi baixo no geral, com cautela e ganhos apenas ligados a fatores locais.

As ações chinesas foram apoiadas neste pregão por esperanças de que haja um rali de fim de ano, com otimismo de que Pequim possa afrouxar a política monetária diante das pressões inflacionárias menores e do crescimento econômico em desaceleração.

O mercado ficou estável em Hong Kong e a bolsa de Taiwan recuou 0,27 por cento, enquanto o índice referencial de Xangai caiu 0,24 por cento.

O índice de Seul, impulsionado inicialmente pela LG Electronics, mudou de rumo para fechar em baixa de 0,83 por cento.

Cingapura avançou 0,64 por cento e Sydney fechou com valorização de 0,48 por cento.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

SOCORRO AO BANCO FRANCO-BELGA DEXIA


O conselho de administração do combalido banco franco-belga Dexia aprovou na manhã desta segunda-feira o plano de resgate negociado pelos governos da Bélgica, da França e de Luxemburgo, que inclui a venda da unidade belga por € 4 bilhões para o governo da Bélgica e uma garantia € 90 bilhões sobre seu financiamento pelos próximos dez anos.
Os três governos e o conselho do banco fecharam acordo sobre um plano de três partes, que inclui a nacionalização da unidade belga, o projeto de associar a unidade de finanças públicas locais do Dexia na França à instituição financeira estatal francesa Caisse des Depots et Consignations (CDC) e ao Banque Postale (braço bancário do serviço estatal de correios) e a venda da unidade de Luxemburgo a um grupo de investidores que inclui o governo de Luxemburgo, segundo um comunicado do conselho do Dexia.
Os três governos também concordaram em conceder ao Dexia um financiamento garantido de até € 90 bilhões. A Bélgica cobrirá 60,5% da garantia; a França, 36,5% e Luxemburgo, 3%.
"A concessão desta garantia de financiamento e a execução das três operações vão fortalecer a segurança dos depósitos, dar uma margem de manobra para o grupo Dexia em termos de liquidez e reduzir sua exposição", afirmou o primeiro-ministro da França, François Fillon, em um comunicado. Ele acrescentou que o plano de resgate do banco será enviado para a aprovação da Comissão Européia. As informações são da Dow Jones.

ITÁLIA NO SUFOCO


Roma, 10 out (EFE).- A Itália volta nesta terça-feira aos mercados da dívida para tentar emitir 7 bilhões de euros em bônus a um ano em um leilão, o primeiro desde a decisão das agências de classificação de risco Moody's e Fitch de diminuir a qualificação da dívida soberana do país.
O Tesouro italiano leiloará BOTs (Bônus Ordinários do Tesouro), cujo vencimento pode ser de três, seis ou 12 meses. A última emissão de bônus italianos aconteceu no dia 29 de setembro, quando o Tesouro do país leiloou bônus a 10 anos.
Nessa ocasião, a Itália se viu obrigada a pagar juros maiores por sua dívida e colocou títulos no valor de cerca de 8 bilhões de euros, abaixo do máximo de 9 bilhões que pretendia.
Por outro lado, a última emissão de bônus há um ano foi no dia 12 de setembro, quando Itália conseguiu colocar o máximo ofertado, ou seja, 7,5 bilhões, com juros de 4,153%.
O leilão de terça-feira acontecerá depois que tanto a Moody's como a Fitch expressaram na semana passada suas dúvidas sobre a solvência financeira da Itália e as perspectivas de crescimento de sua economia ao diminuir a nota da dívida soberana do país.
Estas revisões à queda da qualificação da Itália se somavam a da Standard & Poor's, que já tinha atuado nesse mesmo sentido no dia 19 de setembro. EFE

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

AINDA SOBRE A SELIC

Para a CNI, "o BC priorizou a sustentação da atividade econômica num momento de menor ímpeto da inflação". "Na visão da CNI, a redução de 0,50 ponto porcentual indica que o Banco Central iniciou um novo ciclo de flexibilização monetária, cuja magnitude irá depender dos desdobramentos da crise e de suas implicações na economia do país", diz o comunicado divulgado pela entidade.
A CNI destaca ainda que essa mudança na política monetária acontece ao mesmo tempo em que há disposição de uso mais intenso da política fiscal. "A recente elevação da meta de superávit primário indica, na ótica da CNI, que o excesso temporário de arrecadação sobre o previsto não será aplicado na elevação dos gastos públicos. Considera essa disposição uma mudança importante na política fiscal, que, na eclosão da crise, foi expansionista", continua a nota.
Essa nova postura no equilíbrio da utilização das políticas monetária e fiscal é uma necessidade, segundo a CNI, "pois torna possíveis reduzir os juros e manter a estabilidade econômica". Para a entidade, "esse novo mix de política é absolutamente necessário, mas exige maior esforço no controle dos gastos".
ACSP
Para o presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Rogério Amato, o Copom mostrou estar atento ao movimento de desaceleração da indústria nacional ao reduzir a taxa básica de juros. A entidade ressaltou ainda que espera que a autoridade monetária utilize também outros instrumentos para evitar um aprofundamento da desaceleração do ritmo de vários setores da economia nacional.
"A decisão do Copom mostra que o Banco Central está atento não apenas aos possíveis impactos negativos da crise internacional sobre a economia brasileira, como, também, em relação aos sinais de desaceleração muito rápida da produção industrial", afirmou. "Nós esperamos que o Banco Central utilize também outros instrumentos para evitar que a desaceleração observada nos vários setores se aprofunde", acrescentou.
Força Sindical
Já para o presidente da Força Sindical, o deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho, o corte na Selic foi "extremamente tímido" e "insuficiente". Na avaliação dele, a autoridade monetária acertou no "remédio", mas errou na "dose". "Com a medida, o governo federal aplica um antídoto contra o crescimento econômico", considerou, por meio de nota. "Infelizmente, está prevalecendo uma maléfica simpatia da equipe econômica pelo mercado especulativo", acrescentou.
O presidente afirmou também que a entidade entende que há espaço para uma redução "mais drástica" da taxa básica de juros, principalmente em face do ajuste fiscal anunciado nesta semana pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. "Vale sublinhar que o atual governo federal já subiu, em apenas seis meses, cinco vezes a taxa básica de juros, criando um cenário extremamente adverso à produção e à geração de emprego e renda", criticou. Ele garantiu ainda que a Força Sindical continuará a realizar protestos, uma vez que, segundo ela, diante das incertezas econômicas mundiais, o Banco Central continua atuando na contramão da produção.
"Mais uma vez o Banco Central, mostrando-se surdo aos apelos da classe trabalhadora, frustra os nossos anseios por uma sociedade mais justa e igualitária", conclui.

DILMA E A SELIC


BRASÍLIA - O Palácio do Planalto agiu diretamente para o Copom reduzir a Taxa Selic a 12% ao ano. Segundo interlocutores, a presidente Dilma Rousseff foi alertada de que não seria uma decisão unânime. Mas deixou claro sua posição favorável a uma redução imediata dos juros. A postura do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, foi elogiada.
Como antecipou O GLOBO na sexta-feira, o Planalto havia feito pressão interna pela redução dos juros. Internamente, a avaliação era de que o BC deveria ser ousado neste momento de cenário de recessão mundial. O movimento já era apoiado pelas principais autoridades da área econômica e por economistas com influência no Planalto, mas surpreendeu o mercado.
O aumento do superávit primário em R$ 10 bilhões era visto por ministros como forma explícita de pressão para a redução imediata dos juros. Na viagem que fez a Pernambuco terça-feira, Dilma confidenciou que o Brasil não poderia repetir o erro de 2008, quando o BC demorou três reuniões para baixar a Selic.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

REBAIXAMENTO DO RATING NOS EUA

RIO - As principais bolsas europeias caem nesta segunda-feira, no primeiro dia de reação desses mercados ao rebaixamento do rating do crédito soberano dos Estados Unidos. Mas não há clima de pânico apesar da turbulência. Em uma tentativa de frear os impactos da queda da confiança na recuperação americana, integrantes do G-7 (o grupo dos sete países mais industrializados) e do G-20 (que reúne as 20 principais economias) divulgaram em comunicados que fariam o necessário para garantir a estabilidade financeira. O Banco Central Europeu também iniciou compras de títulos da dívida de Itália e Espanha, segundo a agência Bloomberg, para conter o descrédito dos bônus desses países e acalmar os mercados, conforme tinha sido anunciado no fim de semana.


Mas o nervosismo ainda prevalece entre os investidores. Por volta das 9h02, o principal índice de ações da Europa que reúne os 50 papéis mais negociados do continente, o Euro Stoxx 50, caía 0,73% em Londres. Também por lá o FTSE 100, que reúne as 100 principais ações do Reino Unido, caía 1,56% no mesmo horário. As Bolsas de Paris e Frankfurt também declinavam, respectivamente, 1,59% e 2,15%. Os mercados de Madri e Milão tinham os melhores desempenhos. O IBEX 35, da Espanha, subia 0,47% e o FTSE MIB, da Itália, subia 0,27%. Na Bolsa de Atenas, o principal índice (Athex Composite Shre) caía 3,87%.

Os principais índices de ações da Ásia fecharam em queda nesta segunda-feira. O índice Nikkei 225 da Bolsa de Tóquio encerrou o pregão em baixa de 2,2%, com 9.097 pontos. Em Seul, o índice Kospi fechou o dia em 3,82%, seu nível mais baixo desde outubro de 2010. O índice Hang Seng, de Hong Kong, caiu 2,18%, aos 20.490 pontos.

Reação do G-20 e do G-7

Integrantes do grupo das 20 principais nações industrializadas e em desenvolvimento (G-20) disseram estar preparados para agir de forma coordenada com o objetivo de estabilizar os mercados financeiros e proteger o crescimento econômico.

"Os ministros de Finanças e presidentes de bancos centrais do G-20 tomarão as medidas necessárias para apoiar a estabilidade financeira, o crescimento e a liquidez de maneira coordenada", informou um relatório emitido nesta segunda-feira.

"Nos manteremos em contato estreito nas próximas semanas e iremos cooperar apropriadamente, preparados para tomar medidas para assegurar a estabilidade financeira e a liquidez nos mercados financeiros", indicou o texto.

O relatório tem o mesmo tom do comunicado divulgado no domingo pelo G-7 (grupo das economias mais industrializadas, que reúne EUA, Reino Unido, Alemanha, França, Canadá, Japão e Itália). Na nota, o G-7 se comprometeu a assegurar liquidez aos mercados e garantir a estabilidade e o crescimento da economia global.

"Os EUA adotaram reformas que trarão redução substancial do déficit a médio prazo", afirmou a nota, que não citou o rebaixamento do país. O G-7 ainda ressaltou os esforços dos países da zona do euro que enfrentam uma crise de endividamento para colocar suas finanças em ordem.

Nesta segunda-feira os mercados passarão por um autêntico teste de estresse, no primeiro dia de funcionamento após o rebaixamento, na noite de sexta-feira, da nota de crédito soberano dos Estados Unidos pela agência de classificação de risco Standard&Poor's (S&P), de "AAA" para "AA+".

Em comunicado, o G-7 se comprometeu a assegurar liquidez aos mercados e garantir a estabilidade e o crescimento da economia global.

"Os EUA adotaram reformas que trarão redução substancial do déficit a médio prazo", afirmou a nota, que não citou o rebaixamento do país. O G-7 ainda ressaltou os esforços dos países da zona do euro que enfrentam uma crise de endividamento para colocar suas finanças em ordem.

O ministro das Finanças japonês, Yoshihiko Noda, disse nesta segunda-feira (horário local) que a confiança do mercado no dólar e nos títulos do Tesouro dos Estados Unidos não foi abalada, indicando a disposição do Japão de manter suas reservas de bônus do governo americano.

Noda disse também que os ministros de Finanças do Grupo dos Sete (G-7) concordaram, durante teleconferência, que a excessiva volatilidade e os movimentos desordenados do câmbio não era uma situação desejada.

- Continuaremos monitorando cuidadosamente os movimentos dos mercados - afirmou. "Também confirmamos a posição do G-7 sobre as moedas", acrescentou.

As bolsas de todo o Oriente Médio caíram no domingo, primeiro pregão dos mercados locais após o rebaixamento histórico do rating do crédito soberano dos EUA. Mercados da região operam principalmente de domingo a quinta-feira. Por isso, foram os primeiros a reagir à decisão da agência de classificação Standard & Poor de reduzir a nota do crédito dos EUA em um ponto

O ouro atingiu o recorde de US$ 1.670,70 a onça-troy (31,1g) na negociação eletrônica da Comex, em Nova York. Depois recuou a US$ 1.687,20, alta de 2,14%. Em nota, o banco UBS afirmou que o ouro pode atingir US$ 1.725 a curto prazo. Já o dólar chegou a cair 2,5% em relação ao franco suíço em Tóquio. A queda desacelerou depois a 1%, a 0,7597 franco. O euro, após subir 1%, avançava 0,3%, a US$ 1,4326.

BCE comprará títulos de Itália e Espanha

O conselho do Banco Central Europeu (BCE) se reuniu neste domingo de forma extraordinária, através de uma teleconferência, para analisar a crise da dívida. Durante a reunião foi indicada a compra de títulos da dívida do governo italiano, para deter a crise na zona do euro. O presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, busca uma definição de políticas para decidir sobre a compra de títulos italianos, após o primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, ter anunciado novas medidas na sexta-feira para acelerar a redução do déficit e acelerar as reformas econômicas.

O BCE, segundo fontes, também se prepara para comprar títulos da dívida da Espanha, para tentar ajudar os dois países. Na semana passada, o BCE fez o mesmo com papéis da Irlanda e de Portugal. A Espanha é outro país que passa pela crise, com alto índice de desemprego e endividamento público, aliado ao fraco crescimento econômico. Analistas temem que Itália e Espanha sigam o caminho de Grécia, Irlanda e Portugal, que precisaram de pacotes de ajuda externa para salvarem suas economias.

Em uma declaração conjunta neste domingo, a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e o presidente da França, Nicolas Sarkozy, ressaltaram seu compromisso de "implementar plenamente" as decisões tomadas por uma cúpula europeia no mês passado que expandiu os poderes do Fundo de Resgate da Zona do Euro. Ficou aprovada na ocasião a permissão para que o Fundo de Resgate compre títulos de dívidas dos países em dificuldades nos mercados secundários.

Os líderes destacaram que as medidas que dinamizam o Fundo de Resgate da Zona do Euro terão "aprovação parlamentar obtida rapidamente até o final de setembro" na França e na Alemanha.

Merkel e Sarkozy saudaram os planos da Itália e da Espanha e disseram que a promessa do primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, de equilibrar seu orçamento um ano antes da proposta anterior "é de fundamental importância".

Mas a situação dos EUA ainda pode se agravar. Em entrevista à rede de televisão ABC, o diretor-gerente da S&P, John Chambers, afirmou que há uma chance em três de um novo rebaixamento, em um período de seis meses a dois anos.

- Se a posição fiscal dos EUA se deteriorar mais ou se a disputa política se tornar mais arraigada, isso pode levar a um rebaixamento. A perspectiva indica pelo menos uma chance em três - disse Chambers, acrescentando que os EUA levarão algum tempo para recuperar a nota "AAA". - Exigiria uma estabilização da dívida e maior habilidade para obter consenso em Washington do que vemos hoje.

Kerry: Rebaixamento é do Tea Party

O ex-presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) Alan Greenspan disse ontem à rede de televisão NBC que as quedas dos mercados - que semana passada registraram as maiores perdas desde 2008 - devem continuar por algum tempo.

Assessores do governo Barack Obama montaram uma ofensiva na mídia como reação à decisão da S&P, com a clara intenção de desacreditar a agência. O diretor do Conselho Econômico Nacional da Casa Branca, Gene Sperling, condenou a "magnitude do erro" da agência, referindo-se a uma diferença US$ 2 trilhões apontada por técnicos do Tesouro no cálculo da S&P sobre o índice da dívida em relação ao Produto Interno Bruto (PIB, soma de bens e serviços produzidos por um país) americano.

O ex-secretário do Tesouro e ex-assessor econômico da Casa Branca Larry Summers endossou as críticas:

- O histórico da S&P é terrível e, como vimos neste fim de semana, sua aritmética está pior. Então, não há nada de bom a dizer sobre o que eles fizeram.

Austan Goolsbee, que na sexta-feira deixou a direção do Conselho de Consultores Econômicos da Casa Branca, acusou a S&P de "cálculo desleixado".

- As agências de rating que não fizeram um erro matemático de US$ 2 trilhões reafirmaram o status "AAA" (dos EUA) - afirmou Goolsbee em entrevista ao programa de TV "Meet the Press", da rede NBC.




terça-feira, 10 de maio de 2011

Gastos das Famílias em 2010

Gastos das famílias superam renda em 53% dos lares

Agência EstadoPor Gustavo Uribe | Agência Estado – seg, 9 de mai de 2011
A maior parte das famílias brasileiras registrou em 2010 um gasto mensal acima da renda média mensal. O dado é da pesquisa Tendências do Consumidor, elaborada pela Associação Paulista de Supermercados (Apas), em parceria com as empresas Nielsen e Kantar WorldPanel, e divulgada hoje. Em 2010, segundo o levantamento, 53% das famílias de todas as classes sociais registraram gastos acima da renda familiar, com um endividamento médio de 1%.
No período, renda mensal nacional foi de R$ 2.146,00, enquanto o gasto foi de R$ 2.171,00. O déficit não era registrado desde 2005, quando o endividamento chegou 3%. A renda média em 2005 foi de R$ 1.337,00, enquanto o gasto foi de R$ 1.378,00. A Apas aponta que a maior oferta de crédito impulsionou o consumo das famílias. A pesquisa mostra que, ante 2009, os gastos mensais em 2010 apresentaram alta de 16%, enquanto a renda média subiu 13%.
O diretor de Economia e Pesquisa da Apas, Martinho Paiva, explica que, em 2010, a estabilidade econômica levou os consumidores a recorrerem ao crédito para comprar bens de consumo aos quais não tinham acesso antes. "O desejo de consumo, aliado à oferta de financiamentos, fez com que o consumidor se embebedasse no crédito", disse. Paiva, contudo, afirmou acreditar que, em 2011, as famílias vão equilibrar a renda mensal com os gastos.
A associação aposta ainda que o aumento dos juros pelo Banco Central (BC) e as recentes medidas adotadas pelo governo diminuirão o crescimento do consumo. O consumo das famílias deve continuar crescendo, mas num ritmo menor, de acordo com a Apas. A pesquisa foi realizada com uma amostra de 8.200 lares em todo o País. O levantamento foi feito por meio de questionário aplicado em julho de 2010.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

POLÍTICA DE MICROCRÉDITO

O governo está preparando novas medidas para incentivar o microcrédito. Segundo o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland, a ideia é estimular os bancos a emprestarem recursos a brasileiros que queiram investir em pequenos negócios. As instituições financeiras são obrigadas hoje a destinar 2% de todos os depósitos à vista ao microcrédito. No entanto, a maior parte desse dinheiro - que chega a R$ 3 bilhões - é tomada por pessoas físicas para consumo.
"É importante que haja no Brasil a recuperação de uma política de microcrédito produtivo orientado", disse Holland. Segundo o secretário, o ideal seria que o microcrédito fosse dirigido aos chamados microempreendedores individuais (pessoas que trabalham por conta própria) e também aos beneficiários do programa Bolsa Família. Para os bancos, a vantagem de conceder recursos para investimentos é a redução da inadimplência.
A nova política deve ser concluída até o final do primeiro semestre. Segundo o secretário, o governo também está fechando os detalhes finais da segunda fase da Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP). Nos bastidores da área econômica, o novo programa está sendo chamado de Política de Desenvolvimento da Competitividade (PDC).
Entre as ações está a flexibilização das regras para a devolução mais rápida de créditos tributários aos exportadores. Os critérios exigidos hoje pelo governo dificultam a obtenção desses recursos. Além disso, o governo ainda não resolveu o problema do estoque de créditos que está acumulado nas mãos dos empresários e que soma hoje cerca de R$ 20 bilhões. Segundo Holland, entre as alternativas que estão sendo discutidas para a PDC está a possibilidade de o governo devolver esse estoque mais rapidamente.

AJUDA DOS EMPRESÁRIOS NA INFLAÇÃO


O ministro da Fazenda, Guido Mantega, pediu nesta quarta-feira (4/5) aos empresários que se unam ao governo no combate à inflação. Em reunião do Grupo de Avanço da Competitividade (GAC), o ministro fez um apelo para que os empresários evitem repassar a alta dos custos para os preços.

De acordo com a presidente da Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa), Elizabeth Carvalhães, o ministro advertiu para o risco de indexação da economia, caso o setor privado repasse aos preços os aumentos de custos. Segundo ela, os empresários responderam que não pretendem atrapalhar o combate à inflação. “A inflação provocada pela indexação de preços seria o pior dos mundos”, afirmou Elizabeth.

Apesar do pedido de ajuda ao setor privado, a representante da indústria de celulose afirmou que Mantega assegurou que a inflação, no acumulado de 12 meses, voltará a ficar abaixo do teto da meta (6,5%) no segundo semestre. “Para nós, como setor privado, o mais importante foram as garantias que ele e outros ministros deram de que a inflação estará controlada no segundo semestre e não deve ser uma preocupação do empresariado”, destacou.

Originalmente chamado de Grupo de Acompanhamento da Crise, o GAC foi criado em 2009 para reunir representantes do governo e do setor privado em discussões sobre a crise econômica mundial. No ano passado, o grupo passou a debater entraves para o crescimento da produção, como carga tributária, juros e câmbio. Este ano, o grupo foi rebatizado de Grupo de Avanço da Competitividade.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

ALTA DA PRODUÇÃO INDUSTRIAL


 (Reuters)                                                                                                                                                                   

A  produção industrial brasileira cresceu mais que o esperado, registrando o maior ritmo mensal desde março do ano passado.

A alta foi de 1,9 por cento em fevereiro ante janeiro e de 6,9 por cento contra igual mês do ano passado, a 16a taxa positiva, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira.
Economistas consultados pela Reuters esperavam expansão de 0,8 por cento mês a mês e alta anual de 5 por cento, segundo a mediana das projeções.

Na comparação mensal, a atividade cresceu em 17 dos 27 setores industriais. As maiores variações foram de Alimentos (6,7 por cento) e Veículos automotores (4,7 por cento).
Entre as categorias de uso, a produção de bens intermediários foi o destaque, com alta mês a mês de 1,3 por cento, seguida por bens de capital (0,9 por cento). Já as atividades de bens de consumo semi e não duráveis e bens de consumo duráveis tiveram queda, de, respectivamente 0,2 e 2,3 por cento.
Ano a ano, 22 das 27 atividades tiveram expansão, com destaque para Veículos automotores (24,1 por cento) e Máquinas e equipamentos (9,5 por cento).
Entre as categorias de uso, a produção de bens de capital e de bens de consumo duráveis tiveram as maiores elevações, de 17,9 e 17,4 por cento, seguida por bens intermediários (4,1 por cento) e de bens de consumo semi e não duráveis (3,6 por cento).

Segundo o IBGE, o crescimento da indústria na comparação ano a ano foi "influenciado não só pelo perfil de crescimento bastante disseminado entre as atividades industriais, mas também pelo efeito calendário, uma vez que fevereiro de 2011 teve dois dias úteis a mais que fevereiro de 2010".
O IBGE confirmou o resultado da indústria em janeiro, em variação positiva de 0,2 por cento sobre dezembro, mas revisou ligeiramente para baixo a alta sobre janeiro de 2010, de 2,5 para 2,4 por cento.
No primeiro bimestre, o setor acumulou alta de 4,6 por cento.

(Por Rodrigo Viga Gaier e Denise Luna)

segunda-feira, 14 de março de 2011

Demanda do consumidor por crédito cai 1,2% de janeiro para fevereiro

 Agência Brasil

Publicação: 11/03/2011 14:14 Atualização:

São Paulo – A quantidade de pessoas em busca de crédito caiu 1,2% em fevereiro, em relação a janeiro segundo o Indicador Serasa de Demanda do Consumidor por Crédito. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, a demanda aumentou 19,9%. No acumulado dos dois primeiros meses do ano, a procura por crédito cresceu 16,3% em relação ao mesmo período de 2010.

A queda da demanda por crédito concentrou-se nos consumidores com rendimento mensal entre R$ 500,00 e R$ 1.000 (-2,0%) e entre os que ganham de R$ 5.000 a R$ 10.000 (-0,6%). No caso dos consumidores com ganhos mensais até R$ 500, a demanda aumentou 0,8%. Entre aqueles com rendimento acima de R$ 10.000, a alta foi de 9,3%.

Os dados mostram ainda que a única região do Brasil em que a demanda cresceu foi a Norte, com 0,4%. O Sul apresentou queda de 1,9%, o Sudeste, de 1,2%, e Nordeste e o Centro-Oeste, de 0,8%.

De acordo com a Serasa, a demanda de crédito por parte dos consumidores está em trajetória de desaceleração, por conta das medidas macroprudenciais adotadas pelo Banco Central em dezembro do ano passado e pela elevação das taxas de juros.

MEDIDAS DE AUSTERIDADE EM PORTUGAL

 Centenas de milhares de portugueses protestaram ontem em Lisboa e outras 10 cidades do país contra as novas medidas de austeridade anunciadas pelo governo no dia anterior. Na capital portuguesa, cerca de 200 mil manifestantes carregaram faixas com slogans pedindo uma mudança de política para reverter o aumento do desemprego, as precárias condições de trabalho para os jovens e a queda nos padrões de vida.

“O anúncio de mais austeridade ontem foi uma completa falta de vergonha. Essa manifestação é o começo de uma onda de protestos”, disse Joana Manuel, 34 anos, uma professora universitária que deve perder o emprego no final do ano.

Na sexta-feria, o governo anunciou uma série de cortes nos gastos e alterações nos impostos, com o objetivo de reduzir o deficit orçamentário para 4,6% em 2011. As medidas se destinam a convencer os mercados de que Portugal pode resolver seus problemas financeiros sem recorrer à ajuda internacional, como fizeram Grécia e Irlanda.

As manifestações de ontem foram organizadas por um grupo de usuários da Internet que se autodenomina Geração Precária, principalmente, por meio das redes sociais. No blog da organização, eles dizem que não têm ligações com qualquer partido político. A polícia se recusou a fornecer estimativas sobre o número de manifestantes, mas os organizadores e a mídia local afirmam que ao menos 200 mil pessoas foram às ruas em Lisboa, cerca de 80 mil no Porto e milhares em outras cidades do país.

Espanha
O governo socialista espanhol, por sua vez, planeja mais medidas para assegurar o cumprimento das metas da União Europeia de redução do deficit e impulsionar a competitividade do país. “É provável que haverá novas iniciativas de sustentação fiscal”, disse o primeiro-ministro José Luiz Rodriguez Zapatero, em programa nacional de rádio.

Segundo Zapatero, as medidas propostas pela Espanha serão esclarecidas durante o encontro do Conselho Europeu, em 24 e 25 de março. O país luta para impulsionar o crescimento enquanto tenta convencer os mercados de que tem solvência financeira. A agência de classificação de risco Moody’s reduziu o rating (nota) da Espanha em um grau, para Aa2 na quinta-feira, estimando em alto o custo de reestruturação dos bancos regionais, as Cajas, mais expostos à crise. A Espanha quer cortar seu deficit público de cerca de 9% do Produto Interno Bruto (PIB) para 6% e chegar à meta europeia de 3% em 2013.

ESFRIAMENTO DA ECONOMIA E NEGOCIAÇÕES SALARIAIS

Esfriamento da economia deve dificultar as negociações salariais em 2011 Ao contrário de 2010, reajustes acima da inflação tendem a diminuir


As negociações salariais entre patrões e empregados não serão nada fáceis neste ano. Se, em 2010, mais de 90% dos acordos resultaram em reajustes iguais ou acima da inflação, em 2011, os sindicatos terão de travar uma verdadeira queda de braço se quiserem assegurar ganhos semelhantes às suas bases. De um lado, os empresários alegam que, como a atividade econômica está em desaceleração, não podem oferecer aumentos reais. De outro, os trabalhadores reclamam que a alta dos preços está corroendo o poder de compra, sobretudo de quem ganha menos.

O coordenador de Relações Sindicais do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), José Silvestre Prado, explica que, mais do que em outras épocas, o empresariado tende a endurecer o jogo. “Todo o pano de fundo é o crescimento da economia. Mas os sindicatos devem continuar na briga pelo aumento real”, resume. Nas previsões do mercado, o Produto Interno Bruto (PIB) avançará entre 3,2% e 3,9% neste ano, sendo que um dos pilares será o setor de serviços. Bancários, metalúrgicos, professores, rodoviários e petroleiros já se organizam para lançar campanhas salariais duras. Na lista de prioridades estão, entre outras coisas, reposições acima da inflação no contracheque, atualizações no valor dos principais benefícios e aumento na participação nos lucros das companhias.

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) admite certa tensão durante as negociações diante das mudanças do cenário macroeconômico. O diretor de Relações do Trabalho da entidade, Magnus Ribas Apostólico, afirma que, embora seja cedo para excluir as possibilidades de aumento real, a tendência é que os reajustes ocorram em ritmo menor que os observados nos últimos seis anos. “Nossa negociação ocorre apenas em agosto e setembro e, agora, estamos observando o mercado. Como teremos crescimento econômico menor, os acordos devem girar em torno da inflação”, destaca.

CarênciaEnquanto a maioria dos trabalhadores enfrentará obstáculos para conseguir ganhos reais de salário, profissionais qualificados continuam em alta no mercado. Com isso, para conseguir oferecer serviços ou produtos de qualidade, as empresas têm apenas duas saídas: treinar o trabalhador ou pagar mais para tirá-lo da concorrência. “Esse é outro dado da conjuntura. Falta mão de obra em alguns setores”, explica Silvestre Prado, do Dieese.

Entre os setores mais carentes, destacam-se construção civil e tecnologia da informação. Além disso, ressalta o especialista, mesmo que haja um desaquecimento da economia neste ano, em 2012 o cenário tem tudo para ser promissor. “No próximo ano, o salário mínimo deve aumentar entre 13% e 14%, o que terá um possível impacto positivo nas negociações”, reforça Prado. Em 2010, o Brasil criou 2,5 milhões de empregos formais, conforme dados oficiais do Ministério do Trabalho, um recorde. Em janeiro passado, a taxa de desocupação chegou a 6,1% em janeiro, considerada por especialistas o patamar mais próximo do pleno emprego.

quinta-feira, 3 de março de 2011

INFORMES DO PIB


O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil registrou aumento de 0,7% no quarto trimestre deste ano ante o trimestre imediatamente anterior, informou nesta manhã o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Economistas esperavam um crescimento entre 0,24% e 1,20% no período, sendo que a mediana das projeções apontava alta de 0,80%.
Na comparação com o quarto trimestre de 2009, o PIB apresentou alta de 5,0%. Neste caso, as projeções de alta variavam de 3,90% a 6,10%, com mediana de 5,00%. No acumulado de 2010, o PIB brasileiro acumulou alta de 7,5%.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

INDICADORES MACROECONÔMICOS DO G20

Na visão de analistas, reunião deve falhar em obter acordo.

A reunião de ministros das finanças do G20, nesta sexta-feira e sábado em Paris, não deverá resultar em um acordo para estabelecer indicadores comuns que permitam medir os desequilíbrios da economia mundial em razão de grandes divergências entre os países, afirmam especialistas ouvidos pela BBC Brasil.
Definir a série de indicadores que deverão quantificar as disparidades macroeconômicas mundiais é uma das prioridades da agenda deste encontro do G20, grupo das maiores economias desenvolvidas e emergentes do planeta, presidido neste ano pela França.
'Quando não há acordo sobre o diagnóstico das causas do desequilíbrio, não é possível ter sucesso em encontrar um compromisso', afirma o economista Michel Aglietta, professor de ciências econômicas da Universidade Paris-Nanterre.
'Os Estados Unidos colocam todo o problema nas costas da China, criticando a taxa de câmbio controlada e ligada ao dólar do país. A China diz que o problema é a política monetária americana, que vem colocando dinheiro demais em circulação', diz Aglietta.
Cinco indicadores de desequilíbrio econômico estariam sendo discutidos nesta reunião do G20: o saldo das contas correntes (que inclui as exportações), taxas de câmbio reais, reservas internacionais, déficit ou dívida pública e poupança privada.
A China e a Alemanha temem que o indicador das contas correntes abra espaço para críticas em relação aos seus expressivos excedentes comerciais.
Os indicadores da taxa de câmbio e das reservas internacionais também provocam resistência por parte de alguns países, principalmente da China, que possui as maiores reservas de câmbio do mundo e é acusada de manter sua moeda fraca.
Reservas
O Brasil também não veria com bons olhos eventuais restrições ao acúmulo de reservas. O governo francês gostaria de definir regras para o acúmulo de reservas internacionais, que o presidente francês, Nicolas Sarkozy diz ser 'improdutivo'.
'O tema dos indicadores de desequilíbrio econômico é muito sensível. As chances de obter um acordo são poucas. É mais fácil ser divulgado um texto para salvar as aparências. Os chineses farão tudo para que não resulte em algo com impacto', diz Christophe Destais, diretor-adjunto do Cepii, centro de estudos sobre a economia mundial e especialista em finanças internacionais.
Inicialmente, a ministra francesa da Economia, Christine Lagarde, havia dito esperar que um acordo sobre os indicadores de desequilíbrios da economia mundial já pudesse ser apresentado no sábado.
Mas devido às resistências de vários países, a ministra preferiu moderar suas ambições. Na quinta-feira, Lagarde afirmou que 'um simples acordo preliminar sobre os elementos que permitem medir os desequilíbrios já seria um grande passo'.
'Há um debate intenso sobre o tema neste momento porque alguns países não querem ser identificados como os que conduzem tal ou tal política', disse a ministra.
Polêmicas
A presidência francesa do G20 tenta pôr fim às polêmicas. Após enviar um recado ao governo brasileiro de que a França não propõe a regulação dos preços das matérias-primas, Lagarde declarou na quinta, se referindo aos grandes excedentes comerciais de alguns países, que a França 'não quer dizer a um país para parar de ser competitivo e parar de exportar'.
A definição desses indicadores permitiria, segundo o governo francês, iniciar depois o processo de correção dos desequilíbrios entre os países, o que resultaria em 'um crescimento econômico forte, equilibrado e durável'.
Para o economista Christian de Boissieux, professor da Universidade da Sorbonne, o G20, a ausência de acordo neste final de semana não representa um problema.
'Não haverá necessariamente convergência, mas é importante começar a discutir o assunto', diz ele.
O ministro brasileiro da Fazenda, Guido Mantega, que chegou na quinta-feira a Paris, se reúne na tarde desta sexta com os ministros dos demais países do chamado bloco dos Brics (Brasil, Rússia, Índia e China).
Após esse encontro, Mantega será recebido no final da tarde, junto com os demais ministros das finanças do G20, pelo presidente Nicolas Sarkozy, no Palácio do Eliseu.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

PREVISÕES DO PIB

Por Roberta Scrivano, Cleide Silva e Fernando Scheller, estadao.com.br, Atualizado: 16/2/2011 0:10

Consultorias reduzem previsão do PIB

Consultorias e economistas já começaram a rever para baixo as suas projeções para a economia este ano. Recuo nos dados da produção industrial, menor oferta de crédito e alta dos juros são os principais motivos apontados para a mudança. Como a inflação está alta, os economistas dizem que a elevação dos juros deve ser maior do que se previa.
A maior alteração nas previsões é da LCA Consultoria. Para Bráulio Borges, economista-chefe da LCA, o País deve fechar o ano com alta do Produto Interno Bruto (PIB) entre 3,5% e 4%. Antes, a projeção era de 4,3%. Os motivos do recuo, diz, são principalmente as medidas adotadas pelo governo para conter o crédito.
Economista da LCA, Thovan Tucakov diz que a desaceleração será intensificada pelos aumentos que devem ocorrer na taxa básica de juros (Selic) e pela política fiscal menos expansiva.
Para a Rosenberg & Associados, o PIB de 2011 deverá crescer 4,7% - antes, a projeção era de 5%. Segundo a economista-chefe Thais Marzola Zara, a desaceleração que ocorre na produção industrial desde 2010 vai afetar o crescimento do País. 'Seria necessário uma aceleração forte nos próximos meses para alcançar a projeção inicial, mas, dado o nível do câmbio e a questão da competitividade do País, isso não deve ocorrer.'
A Tendências Consultoria, que projetava alta no PIB de 4,4% para 2011, também está revendo sua expectativa. Rafael Bacciotti diz que a decisão da revisão foi tomada desde que saíram os dados da produção industrial de dezembro. 'Quando vimos que a produção recuou 0,7% em dezembro em vez de subir os 0,4% projetados pelo mercado, decidimos revisar o resultado do PIB.'
A MCM projeta um crescimento de 4,5% em 2011, mas estuda reduzir a estimativa para uma faixa entre 4% e 4,2%. Um dos motivos é a alta da inflação, que pode provocar uma elevação mais forte dos juros. 'Tenho receio das medidas macroprudenciais adotadas pelo Banco Central. É difícil medir seu impacto', diz José Júlio Senna, da MCM.
Dos bancos que divulgam projeção para o desempenho da economia (Bradesco, Itaú e Santander), apenas o Bradesco disse que poderá revisar para baixo o número. Itaú e Santander não tinham economistas disponíveis para responder à reportagem.
Octávio de Barros, economista do Bradesco, lembra que a atual projeção do banco é 4,3%. 'Reconheço que os indicadores estão sugerindo uma desaceleração mais rápida', diz. 'Não podemos descartar uma revisão para baixo, mas esperaremos mais alguns indicadores.'
Pedro Galdi, analista-chefe da SLW, também diz que é possível perceber sinais de desaceleração na economia: o aperto do crédito, por exemplo, já se refletiu na queda da produção de veículos. Apesar disso, a SLW ainda não revisou as expectativas para o PIB em 2011, que seguem em 4,5%.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

LIMITES OBRIGATÓRIOS PARA EMISSÕES DE CO2

Estrasburgo (França), 15 fev (EFE).- O Plenário do Parlamento Europeu (PE) aprovou nesta terça-feira limites obrigatórios às emissões de dióxido de carbono (CO2) para as caminhonetes - até os 2.610 quilos de peso e 3,5 toneladas de carga - e sanções para os fabricantes que descumprirem.
As caminhonetes novas deverão emitir no máximo 175 gramas por quilômetro em 2017 e 147 gramas em 2020 e os fabricantes que não respeitem os limites terão de pagar multas de 95 euros por grama e quilômetro.
A Eurocâmara, que já havia acordado a medida de maneira informal com os países da União Europeia (UE) em dezembro, confirmou nesta terça-feira seu apoio por 534 votos a favor, 117 contra e 15 abstenções.
"É bom para o meio ambiente, para os fabricantes e os usuários de toda a UE", considerou o conferente do PE, o eurodeputado britânico Martin Callanan, quem reconheceu que a legislação "representou um difícil exercício de equilíbrio entre os objetivos ambientais ambiciosos por sua vez alcançáveis".
Os limites estipulados representam um passo atrás com relação à proposta original da Comissão Europeia, já que atrasa em um ano o objetivo de curto prazo (de 2016 para 2017) e permite emitir até 147 gramas em 2020, ao invés de 135 gramas como sugeriu o Executivo comunitário.
A comissária do Clima europeia, Connie Hedegaard, se mostrou satisfeita com o acordo e avaliou a "segurança jurídica" que a norma apresentará o setor e a margem mais amplo do que terão os fabricantes para adaptar-se à mesma.
A comissária ressaltou, em comunicado emitido após o voto no PE, "o grande economia de combustível" que esta medida representará para os usuários de caminhonetes, assim como sua contribuição à "limpeza do ar".
O rebaixamento do nível de ambição da medida atende a forte pressão de países produtores como Alemanha, França e Itália que exigiam limites mais realistas e ameaçavam elevar o preço final por veículo em até 10%.
Entre as concessões aos fabricantes, figura a possibilidade de introduzir a normativa por fases.
Concretamente, a obrigação de respeitar os limites de emissão afetará em 2015 só 75% dos veículos de cada fabricante (calculado como média do total de seu parque fabril). Essa proporção terá de ser ampliada até 80% em 2016 e para 100% em 2017.
Estão previstos incentivos às marcas mais eficientes, de modo que as que produzam menos de 22 mil veículos industriais ligeiros ao ano poderão se eximir de cumprir os limites.
Depois do voto desta terça na Eurocâmara, o único que resta para que o regulamento possa entrar em vigor o ano que vem é a aprovação oficial dos estados-membros, que espera para as próximas semanas. EFE
lmi/dm

REAÇÃO AO CORTE DAS DESPESAS DO GOVERNO

O mercado financeiro deu de ombros para o corte de R$ 50 bilhões em despesas anunciado pelo governo na semana passada e promoveu mais uma rodada de alta nas projeções de inflação. A piora das expectativas apareceu ontem na pesquisa semanal Focus, em que o BC apresenta a média das projeções dos analistas de mercado.
O pessimismo é ainda maior no grupo das cinco instituições que mais acertam projeções de inflação no médio prazo (Top 5), cujas estimativas já mostram risco de que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) estoure o teto de 6,5% da meta inflacionária. De acordo com a Focus, a estimativa geral do mercado para o IPCA em 2011 passou de 5,66% para 5,75%.
Foi o décimo ajuste seguido para cima. Para 2012, depois de um recuo na semana anterior, a estimativa voltou a subir, passando de 4,61% para 4,70%. No Top 5 médio prazo, a estimativa para o IPCA em 2011 subiu de 6,24% para 6,44%. Para 2012, esse grupo elevou a projeção de 5,10% para 5,18%.
'As medidas que foram anunciadas, de caráter fiscal e macroprudencial, embora estejam na direção correta, não são suficientes para compensar o impacto dos dados negativos recentes de inflação', avaliou Paulo Barcellos, diretor de economia do banco cooperativo Sicredi, uma das instituições Top 5 em projeções de inflação para o médio prazo.
Ele lembrou que na semana passada o IBGE mostrou que o IPCA de janeiro ficou em 0,83%, taxa considerada muito alta, e outros índices, como o IPC-S, mostram alta de mais de 1%.
Na visão de Barcellos, para ancorar as expectativas do mercado, o BC precisará usar mais a taxa de juros para regular a atividade econômica, adequando o ritmo da procura por bens e serviços à oferta. Ele diz que a Selic deveria subir até 12,75% (em média, o mercado trabalha com 12,25%) e ficar assim por muito tempo, inclusive ao longo de 2012, para que o IPCA caia para 4,5% em 2012. Para 2011, ele não vê a inflação voltando para o centro da meta, já que um esforço nesse sentido exigiria uma perda muito grande e desnecessária de crescimento econômico. 'A luta (para 2011) é quebrar o ciclo de piora nas expectativas.'
Maior aperto. O economista-chefe da Kondor Invest, Alexandre Soriano, diz que para a inflação convergir 'tempestivamente' em direção à meta a dosagem de aperto monetário ou fiscal precisaria ser maior. 'Em outras palavras, o PIB precisaria apresentar uma baixa taxa de crescimento por um período', avalia o economista da Kondor, que também está no Top 5.
Segundo Soriano, as medidas que estão sendo adotadas pelo governo levam algum tempo para fazer efeito na inflação. 'É muito pouco provável que o IPCA feche este ano em 4,5%. As expectativas elevadas, a inércia inflacionária, a baixa taxa de desemprego, dentre outros, apontam para inflação bastante elevada no ano.'
Apesar de incomodarem, o BC já trabalha com um cenário de expectativas inflacionárias elevadas ao longo de todo o primeiro semestre. A avaliação nos bastidores é que as projeções do mercado respondem em grande medida à inflação corrente, que é tradicionalmente mais alta no primeiro trimestre do ano e ainda está sendo impactada por choques de oferta nos alimentos e pelos reajustes nos transportes urbanos. O BC sabe que só pode atuar adequando o ritmo da demanda à oferta de bens e serviços e acredita que as medidas em curso tomadas pelo governo surtirão efeito ao longo do tempo.