Censo 2010: escolaridade e rendimento aumentam e cai mortalidade infantil
O IBGE divulga os
Resultados Gerais da Amostra do Censo 2010, que apresentam uma série de
mudanças ocorridas no país de 2000 para 2010, com detalhamento,
inclusive, por município, além de trazerem informações pesquisadas pela
primeira vez. A pesquisa inclui informações sobre características de
migração, nupcialidade, fecundidade, educação, trabalho e rendimento,
pessoas com deficiência, domicílios e deslocamento para trabalho e
estudo, e tempo de deslocamento para trabalho.
No período de dez anos, o número de óbitos de
crianças menores de um ano caiu de 29,7 para 15,6 para cada mil nascidas
vivas, um decréscimo de 47,6% na taxa brasileira de mortalidade
infantil. Entre as regiões, a maior queda foi no Nordeste, de 44,7 para
18,5 óbitos, apesar de ainda ser a região com o maior indicador.
Por outro lado, a taxa de fecundidade no Brasil
também caiu, de 2,38 filhos por mulher em 2000 para 1,90 em 2010, número
abaixo do chamado nível de reposição (2,1 filhos por mulher) que
garante a substituição das gerações.
Em 2010, havia 45,6 milhões de pessoas com pelo
menos uma das deficiências investigadas (visual, auditiva, motora e
mental), representando 23,9% da população.
O nível de instrução da população aumentou: na
população de 10 anos ou mais de idade por nível de instrução, de 2000
para 2010, o percentual de pessoas sem instrução ou com o fundamental
incompleto caiu de 65,1% para 50,2%; já o de pessoas com pelo menos o
curso superior completo aumentou de 4,4% para 7,9%.
De 2000 para 2010, o percentual de jovens que não
frequentavam escola na faixa de 7 a 14 anos de idade caiu de 5,5% para
3,1%. As maiores quedas ocorreram nas Regiões Norte (de 11,2% para 5,6%,
que ainda é o maior percentual entre as regiões) e Nordeste (de 7,1%
para 3,2%).
Em 2010, o rendimento médio mensal de todos os
trabalhos das pessoas ocupadas com rendimento de trabalho foi de R$
1.345, contra R$ 1.275 em 2000, um ganho real de 5,5%. Enquanto o
rendimento médio real dos homens passou de R$ 1.450 para R$ 1.510, de
2000 para 2010, o das mulheres foi de R$ 982 para R$ 1.115. O ganho real
foi de 13,5% para as mulheres e 4,1% para os homens. A mulher passou a
ganhar 73,8% do rendimento médio de trabalho do homem; em 2000, esse
percentual era 67,7%.
As pessoas que ganhavam mais de 20 salários
mínimos de rendimento mensal de todos os trabalhos representaram 0,9% da
população ocupada do país, em 2010, enquanto a parcela das sem
rendimento foi de 6,6% e a das com remuneração até um salário mínimo,
32,7%.
No Brasil, 32,2 milhões de pessoas (52,2% do
total de trabalhadores que trabalhavam fora do domicílio) levavam de
seis a 30 minutos para chegar ao trabalho em 2010 e 7,0 milhões (11,4%)
levavam mais de uma hora. Já no Rio de Janeiro, 2,0 milhões (38,6%)
levavam entre seis minutos e meia hora, 1,6 milhão (30,7%) levava entre
meia e uma hora e 1,2 milhão (23,1%) levava mais de uma hora.
No Sudeste, o deslocamento para estudar em outro
município foi de 2,0 milhões (8,5%) de estudantes, a maioria em São
Paulo: 1,1 milhão de pessoas (57,0% do total do Sudeste). Santa Catarina
tinha o percentual mais elevado do país: de seus 1,8 milhão de
estudantes, 184 mil (10,1%) se deslocavam para outro município.
Em 2010, o país recebeu 268,5 mil imigrantes
internacionais, 86,7% a mais do que em 2000 (143,6 mil). Os principais
países de origem dos imigrantes foram os Estados Unidos (51,9 mil) e
Japão (41,4 mil). Do total de imigrantes internacionais, 174,6 mil
(65,0%) eram brasileiros e estavam retornando; já em 2000, foram 87,9
mil imigrantes internacionais de retorno, 61,2% do total dos imigrantes.
A migração de retorno dentro do país, referente
às pessoas que nasceram no estado em que residiam na data de referência
do Censo e que moravam em outra unidade da Federação cinco anos antes,
passou de 22,0% do total de migrantes (1,1 milhão de pessoas) para 24,5%
dos migrantes (1,2 milhão de pessoas).
A proporção de uniões consensuais passou de 28,6%
em 2000 para 36,4% em 2010 e diminuíram os casamentos do tipo civil e
religioso, de 49,2% para 42,9%. No Amapá, as uniões consensuais chegaram
a 63,5%.
A publicação completa dos Resultados Gerais da Amostra do Censo 2010 pode ser acessada em http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/resultados_gerais_amostra/default_resultados_gerais_amostra.shtm
O IBGE também disponibilizou um aplicativo que
permite construir mapas e cartogramas com informações da Amostra do
Censo 2010 e detalhamento até o nível de município. O link é http://www.censo2010.ibge.gov.br/amostra
Em dez anos, mortalidade infantil caiu 47,6% no país
De 2000 para 2010, a taxa de mortalidade infantil
caiu de 29,7‰ para 15,6‰, o que representou decréscimo de 47,6% na
última década. Com queda de 58,6%, o Nordeste liderou o declínio das
taxas de mortalidade infantil no país, passando de 44,7 para 18,5 óbitos
de crianças menores de um ano por mil nascidas vivas, apesar de ainda
ser a região com o maior indicador. O Sul manteve os menores indicadores
em 2000 (18,9‰) e 2010 (12,6‰).
Na última década, a diminuição das desigualdades
sociais e regionais contribuiu para a formação do quadro atual de baixa
na mortalidade infantil e de maior convergência entre as regiões.
Todavia, ainda há um longo caminho a percorrer para que o Brasil se
aproxime dos níveis das regiões mais desenvolvidas do mundo, em torno de
cinco óbitos de crianças menores de um ano para cada mil nascidas
vidas.
Em 2010, taxa de fecundidade era de 1,90 filho por mulher
A taxa de fecundidade no Brasil apresentou queda de
20,1% na última década, passando de 2,38 filhos por mulher, em 2000,
para 1,90 em 2010, número abaixo do chamado nível de reposição (2,1
filhos por mulher) que garante a substituição das gerações. O declínio
ocorreu em todas as regiões, observando-se as maiores quedas no Nordeste
(23,4%) e no Norte (21,8%), seguidas pelo Sul e Sudeste (cerca de
20,0%, ambas) e pelo Centro-Oeste, com a menor queda (14,5%).
As taxas de fecundidade variam bastante, inclusive
dentro da mesma região. Na região Norte, o Acre teve a taxa mais alta do
Brasil (2,82 filhos por mulher), enquanto Rondônia estava bem perto do
nível de reposição (2,15 filhos por mulher); Maranhão e Alagoas tiveram
as taxas mais altas do Nordeste (2,50 e 2,22, respectivamente). No
Centro Oeste, o Distrito Federal teve uma das taxas mais baixas do país
(1,74) e Mato Grosso, 2,11. Os indicadores foram baixos no Sul e no
Sudeste, entre 1,67 em São Paulo e 1,85 no Paraná.
A tendência no Brasil até o ano 2000 era de aumento
da concentração da fecundidade nos grupos entre 15 e 24 anos o que
indicava um rejuvenescimento do padrão da fecundidade. Porém, de 2000
para 2010, os grupos de 15 a 19 anos e de 20 a 24 anos diminuíram suas
participações de 18,8% para 17,7% e de 29,3% para 27,0% da fecundidade,
respectivamente. Apesar desse último grupo ainda responder pela maior
percentagem da fecundidade nacional, o padrão em 2010 está mais
dilatado, com aumento da participação na faixa acima de 30 anos. A idade
média da fecundidade passou de 26,3 anos em 2000 para 26,8 em 2010.
O comparativo regional mostra convergência entre as
taxas no grupo etário a partir dos 30 anos, enquanto nos grupos mais
jovens as diferenças foram mais marcantes. A Região Norte, que apresenta
as maiores taxas nos grupos etários com até 29 anos, tem o padrão mais
jovem, bastante concentrado na faixa de 20 e 24 anos. Por outro lado, as
Regiões Sul e Sudeste apresentaram uma estrutura de fecundidade mais
envelhecida, concentrada nas idades finais dentro do período fértil.
Percentual de jovens fora da escola na região Norte diminuiu, mas ainda era o maior do país
De 2000 para 2010, o percentual de jovens que não
frequentavam escola na faixa de 7 a 14 anos de idade caiu de 5,5% para
3,1%. A comparação foi feita usando sete anos como limite inferior
porque, em 2000, essa era a idade definida para iniciar o ensino
fundamental. As maiores quedas ocorreram nas Regiões Norte (de 11,2%
para 5,6%, que ainda permaneceu como o maior percentual entre as
regiões) e Nordeste (de 7,1% para 3,2%).
Em 2010, 966 mil jovens de 6 a 14 anos de idade (3,3%
da população nessa faixa etária) não frequentavam escola em 2010. A
Região Norte tinha o maior percentual de crianças que não frequentavam
escola nesse grupo (6,1%), mais que o dobro da Sudeste (2,8%) e da Sul
(2,5%). Os maiores percentuais ficaram com o Amazonas (8,8%), Roraima
(8,3%) e Acre (8,2%), seguidos pelo Pará (5,5%). No outro extremo, o
menor percentual desse indicador foi registrado em Santa Catarina
(2,2%).
Na faixa de 15 a 17 anos de idade, 16,7% não
frequentavam escola em 2010, bem menos do que em 2000 (22,6%). O Sudeste
manteve o menor percentual em 2000 (20,1%) e 2010 (15,0%). Os maiores
percentuais em 2010 ficaram com as Regiões Norte e Sul, ambas com 18,7%.
Em 2000, a Região Norte já detinha o maior percentual, 27,1%, e
registrou a maior queda entre as regiões no período. O Acre tinha a
maior parcela de adolescentes de 15 a 17 anos de idade fora da escola,
22,2%, seguido pelo Mato Grosso do Sul (20,5%), enquanto os menores
percentuais foram os do Distrito Federal (11,6%) e Rio de Janeiro
(13,1%).
A rede pública de ensino atendia a 78,1% das pessoas
que frequentavam escola ou creche no país em 2010. Este percentual foi
mais elevado na Região Norte (86,0%), bem maior do que o segundo lugar,
da Nordeste (80,5%). Em seguida, vieram Centro-Oeste (74,9%), Sudeste
(75,1%) e Sul (77,7%). Entre as unidades da Federação, o percentual
variou de 61,4% no Distrito Federal a 90,3%, no Acre.
Percentual de pessoas com curso superior completo subiu de 4,4% para 7,9%
Na análise da população de 10 anos ou mais por nível
de instrução, de 2000 para 2010, o percentual de pessoas sem instrução
ou com o fundamental incompleto caiu de 65,1% para 50,2%, enquanto o de
pessoas com pelo menos o curso superior completo aumentou de 4,4% para
7,9%. Houve avanços em todas as grandes regiões. No Sudeste, o
percentual de pessoas sem instrução ou com o fundamental incompleto caiu
de 58,5% para 44,8%, e o das pessoas com pelo menos o superior completo
subiu de 6,0% para 10,0%. No outro extremo, estavam a Região Norte (de
72,6% para 56,5% e de 1,9% para 4,7%, respectivamente) e a Nordeste (de
75,9% para 59,1% e de 2,3% para 4,7%).
O Distrito Federal deteve o mais alto nível de
instrução em 2010, com o menor percentual de pessoas sem instrução ou
com o fundamental incompleto (34,9%) e o maior de pessoas com pelo menos
o superior completo (17,6%). Em seguida, vieram São Paulo, com 41,9% e
11,7%, e Rio de Janeiro, com 41,5% e 10,9%, respectivamente.
Mulheres tiveram ganho real de 13,5% no rendimento de trabalho e homens, de 4,1%
Em 2010, o rendimento médio real de todos os
trabalhos das pessoas ocupadas com rendimento de trabalho foi de R$
1.345, contra R$ 1.275 em 2000. Enquanto o rendimento médio real de
trabalho dos homens passou de R$ 1.450 para R$ 1.510, 2000 para 2010, o
das mulheres foi de R$ 982 para R$ 1.115. Em termos de ganho real, a
diferença foi de 5,5% para ambos os sexos, 13,5% para as mulheres e 4,1%
para os homens. A mulher passou a ganhar 73,8% do rendimento médio de
trabalho do homem; em 2000, esse percentual era 67,7%.
A Região Sul manteve os menores percentuais do
rendimento médio de trabalho das mulheres em relação ao dos homens,
passando de 63,2% para 69,0%. No outro extremo ficou a Região Norte,
onde o rendimento médio de trabalho da mulher passou de 74,6% para 82,3%
do recebido pelo homem. Entre os estados, em 2010, o Amapá deteve o
maior percentual do rendimento médio de trabalho das mulheres em relação
ao dos homens (88,6%) e Santa Catarina ficou com o menor, com as
mulheres ganhando 67,4% do rendimento médio de trabalho dos homens.
A parcela sem rendimento ou com rendimento nominal mensal domiciliar per capita
até ¼ do salário mínimo abarcava 19,6% dos domicílios particulares
permanentes do país em 2010. Destacaram-se o Norte (28,5%) e Nordeste
(28,6%), bem distantes das demais regiões, que se situaram de 12,5% a
17,4%. Na faixa de mais de cinco salários mínimos de rendimento mensal
domiciliar per capita encontravam-se 6,5% dos domicílios. Este
indicador alcançou 8,3% nas Regiões Sudeste e Centro-Oeste e 7,1% na
Região Sul, bem acima dos percentuais encontrados para as regiões Norte
(3,6%) e Nordeste (3,2%).
Em termos de ganho real no rendimento mensal
domiciliar dos domicílios particulares permanentes, de 2000 para 2010,
no país, houve elevação de 15,5% (de R$ 2.297 para R$ 2.653), com
aumentos registrados em todas as regiões, sendo que o menor foi o da
Sudeste (11,0%, de R$ 2.812 para R$ 3.122) e, nas demais, variou de
21,5% a 25,5%. Mesmo mantendo o menor rendimento mensal domiciliar em
ambos os anos, o Nordeste teve o maior ganho real (25,5%, de R$ 1.361
para R$ 1.708).
32,7% da população recebiam até um salário mínimo de rendimento de trabalho
Na análise por classes de rendimento, as pessoas que
ganhavam mais de 20 salários mínimos de rendimento mensal de todos os
trabalhos representaram 0,9% da população ocupada do país em 2010,
enquanto a parcela das sem rendimento foi de 6,6% e a das com
remuneração até um salário mínimo, 32,7%. As pessoas que ganhavam mais
de 10 salários mínimos de remuneração mensal de trabalho abrangiam 3,1%
da população ocupada.
As Regiões Norte e Nordeste apresentaram os maiores
percentuais de pessoas ocupadas sem rendimento de trabalho (11,9% e
13,6%, respectivamente) e também de pessoas ganhando até um salário
mínimo de remuneração mensal de trabalho (41,6% e 51,2%,
respectivamente), valores bem diferentes dos das outras regiões, que
variaram de 23,4% a 28,9%.
Em 2010, os rendimentos médios mensais de trabalho
mais elevados foram os das Regiões Centro-Oeste (R$ 1.579) e Sudeste (R$
1.512) e o mais baixo, do Nordeste (R$ 946), que representou 83,9% do
da Norte (R$ 1.128) e perto de 60,0% do auferido na Centro-Oeste. O
rendimento médio mensal de trabalho teve incremento real, de 2000 para
2010, em todas as grandes regiões, exceto na Sudeste, que apresentou
pequena retração (0,7%). Esta redução decorreu da influência da pequena
queda no rendimento médio real de trabalho da parcela masculina (1,7%),
uma vez que o da feminina teve aumento (6,5%), ainda que bem menor do
que os das outras grandes regiões.
Região Sul manteve o maior nível de ocupação em 2000 (53,5%) e 2010 (60,1%)
De 2000 para 2010, o nível da ocupação (percentual de
pessoas ocupadas, na semana de referência, na população de 10 anos ou
mais de idade) no país subiu de 47,9% para 53,3%. De 2000 para 2010, o
nível da ocupação da Região Sul cresceu de 53,5% para 60,1%, mantendo-se
como o mais elevado, enquanto que o da Nordeste permaneceu o mais
baixo, mesmo aumentando de 43,6% para 47,2%. O nível da ocupação da
região Norte passou de 45,3% para 49,4%, de 2000 para 2010, continuando
mais próximo do resultado do Nordeste do que daqueles das Regiões
Sudeste (54,8%) e Centro-Oeste (57,9%) em 2010. O nível da ocupação de
Santa Catarina (63,1%) se destacou como o mais elevado, seguido pelo Rio
Grande do Sul (59,3%), Paraná (59,2%) e Distrito Federal (59,0%). Os
mais baixos níveis da ocupação foram os de Alagoas (44,0%) e do Maranhão
(44,9%).
Quatro seções de atividade econômica concentravam 50,3% da população ocupada no país
A análise da distribuição da população ocupada por
atividade econômica em 2010 mostrou que 50,3% se concentravam em quatro
das 21 seções de atividade. A seção de comércio de mercadorias, reparação de veículos automotores e motocicletas concentrava 17,0% das pessoas ocupadas; agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura, 14,2%; indústria de transformação, 11,8%; e construção, 7,3%. Outras três seções tiveram participação de mais de 5% da população ocupada: serviços domésticos (6,9%), educação (5,6%) e administração pública, defesa e seguridade social (5,4%).
A estrutura da atividade econômica apresenta
marcantes distinções regionais que se refletem na distribuição da
população ocupada. O percentual de pessoas na seção da agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura
na população ocupada da região Nordeste (24,2%) ficou próximo ao da
Norte (23,0%), ambos bem acima dos percentuais registrados nas demais
regiões. Já na indústria de transformação, a Região Sul se destacou, com 16,4%.
Pessoas com carteira de trabalho assinada eram 63,9% dos empregados
No país, o percentual de empregados na população
ocupada cresceu de 66,6% para 70,8% de 2000 para 2010. A segunda maior
parcela da população ocupada, formada pelos trabalhadores por conta
própria, passou de 23,5% para 21,5%. A categoria com carteira de
trabalho assinada aumentou sua participação no contingente nacional de
empregados de 54,8% para 63,9%, enquanto a dos militares e funcionários
públicos estatutários passou de 8,5% para 7,6%. O percentual de pessoas
que trabalhavam habitualmente de 40 a 44 horas semanais no trabalho
principal subiu de 34,0%, em 2000, para 46,0%, em 2010.
No Brasil, 11,4% dos trabalhadores levavam mais de uma hora para chegar ao trabalho; no Rio de Janeiro, eram 23,1%
A análise do tempo de deslocamento entre a residência
e o trabalho revelou que, no Brasil, 32,2 milhões de pessoas (52,2% do
total de trabalhadores que trabalhavam fora do domicílio) levavam de
seis a 30 minutos para chegar ao trabalho em 2010 e 7,0 milhões (11,4%)
levavam mais de uma hora. Já no estado do Rio de Janeiro, 2,0 milhões
(38,6%) levavam entre seis minutos e meia hora, 1,6 milhão (30,7%)
levava entre meia e uma hora e 1,2 milhão (23,1%) levava mais de uma
hora.
No Brasil, do total de 86 milhões de pessoas de 10
anos ou mais de idade ocupadas em 2010, 87,1% trabalhavam no próprio
município de residência, sendo que 20 milhões (26,6%) trabalhavam no
próprio domicílio e 55 milhões, fora dele. Já os que trabalhavam em
outro município atingiram 11,8% da população ocupada (10,1 milhões). O
deslocamento para o trabalho em outro município em São Paulo envolvia
três milhões de ocupados (29,6% daqueles que se deslocavam para outro
município). No Rio de Janeiro, 1,2 milhão (12,0 %) faziam esse tipo de
deslocamento.
8,3% dos estudantes frequentavam creche ou escola em outro município
Das 59,6 milhões de pessoas que frequentavam escola
ou creche em 2010, 55,2 milhões (92,7%) estudavam no próprio município
de residência. No Sudeste, o deslocamento para estudar foi de 2,0
milhões (8,5%) de estudantes, a maioria em São Paulo: 1,1 milhão de
pessoas (57,0% do total do Sudeste) se deslocavam para outro município
para estudar. Em termos proporcionais, Santa Catarina mostrou o
percentual mais elevado do país: de um total de 1,8 milhão de
estudantes, 184 mil (10,1%) se deslocavam.
174,6 mil brasileiros retornaram ao país entre 2005 e 2010
O Censo 2010 registrou um grande aumento no movimento
de entrada no país em relação a 2000. Foram 286,5 mil imigrantes
internacionais pelo critério de data-fixa, ou seja, indivíduos que
residiam no Brasil na data de referência do Censo, mas que moravam em um
país estrangeiro cinco anos antes. Esse número foi 86,7% maior do que
em 2000 (143,6 mil). Os principais estados de destino desses imigrantes
foram São Paulo, Paraná e Minas Gerais que, juntos, receberam mais da
metade dos imigrantes internacionais do período.
Do total de imigrantes internacionais, 174,6 mil
(65,0%) nasceram no Brasil, portanto eram imigrantes internacionais de
retorno. Em 2000, foram 87,9 mil imigrantes internacionais de retorno,
61,2% dos imigrantes do período.
Os principais países de origem dos imigrantes foram
os Estados Unidos (51,9 mil imigrantes), Japão (41,4 mil), Paraguai
(24,7 mil), Portugal (21,4 mil) e Bolívia (15,8 mil). Em 2000, os
principais países de origem eram o Paraguai (35,5 mil), Japão (19,7
mil), Estados Unidos (16,7 mil), Argentina (7,8 mil) e Bolívia (6,0
mil).
Santa Catarina teve o maior crescimento de imigrantes do país de 2000 para 2010
O Censo 2010 detectou uma redução na migração interna
da população. Entre 1995 e 2000, havia 30,6 migrantes para cada mil
habitantes, enquanto que de 2005 a 2010, eram 26,3 migrantes para cada
mil habitantes.
O aumento do número de imigrantes em Santa Catarina,
que foi de 59,1% entre os dois períodos, resultou em um saldo migratório
(balanço entre entradas e saídas de pessoas) entre 2005/2010 de 174,1
mil pessoas, quase o triplo do saldo contabilizado em 1995/2000, que foi
de 59,9 mil pessoas.
Os estados da Região Nordeste continuam a perder
população, a exceção dos estados do Rio Grande do Norte e Sergipe, que
apresentaram saldo migratório positivo.
Percentual de migrantes de retorno foi maior entre os estados do Nordeste
Em 2000, os migrantes de retorno representavam 22,0%
do total de migrantes (1,1 milhão de pessoas) do Brasil. Em 2010, esse
percentual subiu para 24,5% dos migrantes (1,23 milhão de pessoas).
A “migração de retorno”, referente às pessoas que
nasceram no mesmo estado em que residiam na data de referência do Censo,
mas que moravam em outra unidade da Federação cinco anos antes
representou mais de 40,0% entre os estados da Região Nordeste, com
exceção do Rio Grande do Norte e Sergipe.
O maior percentual de imigrantes de retorno do país,
de 46,6%, foi encontrado no estado do Ceará e o segundo maior, 44,2%, no
Rio Grande do Sul.
Uniões consensuais aumentaram de 28,6% para 36,4%
Segundo o Censo 2010, a proporção de pessoas
divorciadas passou de 1,8% em 2000 para 3,1% em 2010, liderada por Mato
Grosso, Rio de Janeiro e Distrito Federal (4,1%, 4,1% e 4,3%,
respectivamente), enquanto o Maranhão teve o menor indicador (1,2%). A
proporção de dissoluções das uniões conjugais passou de 11,9% para
14,6%, enquanto aumentaram as uniões consensuais (casais vivendo juntos
sem casamento civil ou religioso, mas podendo ter contrato de união
estável registrado em cartório), de 28,6% em 2000 para 36,4% em 2010. Já
os casamentos do tipo civil e religioso diminuíram de 49,2% para 42,9%.
A união consensual teve crescimento mais significativo no Norte e
Nordeste, com destaque para o Amapá, cuja proporção chega a 63,5. Houve
também redução no número de pessoas que declararam nunca ter vivido em
união de qualquer tipo (35,4%, em 2010, contra 38,6%, em 2000).
23,9% da população tinha pelo menos um dos tipos de deficiência investigados
Em 2010, havia 45,6 milhões de pessoas com pelo menos
uma das deficiências investigadas (visual, auditiva, motora e mental),
representando 23,9% da população. A diferença em relação aos dados do
Censo 2000 (14,3% da população) se deve a um aprimoramento metodológico,
que possibilitou uma melhor captação da informação.
O maior percentual foi encontrado na Região Nordeste
(26,6%), enquanto que a Sul e a Centro-Oeste mostraram as menores
proporções (22,5%). Rio Grande do Norte (27,8%), Paraíba (27,8%) e Ceará
(27,7%) apresentaram os maiores percentuais. Já Roraima (21,2%), Santa
Catarina (21,3%) e Mato Grosso do Sul (21,5%) tiveram as menores
incidências.
A deficiência visual foi a mais frequente, atingindo
35,8 milhões de pessoas com dificuldade para enxergar (18,8%), mesmo de
óculos ou lentes de contato. A deficiência visual severa (pessoas que
declararam ter grande dificuldade de enxergar ou que não conseguiam de
modo algum) atingia 6,6 milhões de pessoas, sendo que 506,3 mil eram
cegos (0,3%).
A dificuldade de locomoção incidia sobre 13,3 milhões
de pessoas (7,0%). A deficiência motora severa (pessoas com grande
dificuldade ou incapazes de se locomover) foi declarada por 4,4 milhões
de pessoas, das quais 734,4 mil não conseguiam caminhar ou subir escadas
de modo algum (0,4%). Já a deficiência auditiva acometia 9,7 milhões de
pessoas (5,1%), sendo que a deficiência auditiva severa (pessoas com
grande dificuldade ou incapazes de ouvir) foi declarada por 2,1 milhões
de pessoas, das quais 344,2 mil eram surdas (0,2%). A deficiência mental
ou intelectual, também considerada severa, foi declarada por 2,6
milhões de pessoas, representando 1,4% da população.
Percentual de domicílios com microcomputador no Sudeste (48,0%) era mais que o dobro do Norte (22,7%) e Nordeste (21,2%)
Segundo o Censo 2010, os micromputadores faziam parte
dos bens de 38,3% dos domicílios, sendo 30,7% com acesso à internet,
proporções com mais que o dobro de diferença entre o Sudeste (48,0% e
39,6%, respectivamente) e as regiões Norte (22,7% e 15,4%) e Nordeste
(21,2% e 16,8%).
Enquanto, em 2000, havia, no Brasil, 39,7% de
domicílios com linha telefônica instalada, em 2010, eram 87,9% com
telefone fixo, ou celular, ou ambos. Os domicílios só com telefone fixo
eram apenas 4,7% do total. No Sul do país, os domicílios com linha
telefônica chegam a 93,5%, enquanto o menor percentual foi no Nordeste
(77,3%).
Também ocorre grande variação regional no percentual
de domicílios com máquina de lavar roupa, de 65,5% no Sul a 19,0% no
Nordeste. A pesquisa traz mais um dado novo: a presença de motocicleta
para uso particular, que chega a 19,5% dos domicílios no país, sendo o
maior percentual regional no Centro-Oeste (26,8%).
Comunicação Social
27 de abril de 2012
27 de abril de 2012
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