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sexta-feira, 20 de abril de 2012

OS EMERGENTES DEVEM SOCORRER O FMI


As principais potências emergentes estão prontas para comprometer-se nesta sexta-feira em dar dinheiro para impulsionar o poder de fogo do Fundo Monetário Internacional (FMI) contra a crise, embora o Brasil busque garantias de aumento de seu poder de voto na instituição.
A Rússia afirmou que o G20 -grupo formado pelas principais economias do mundo- e países emergentes estão prontos para dedicar em uma reunião nesta sexta-feira novos recursos suficientes para atender ao pedido da diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, de pelos menos US$400 bilhões, para se encerrar a crise de dívida da zona do euro. A própria Rússia oferecerá US$10 bilhões.
"Confie em mim que o G20 anunciará a quantia final. Será uma quantia que vai satisfazer a gerência do Fundo Monetário Internacional", disse Sergei Storchak, vice-ministro das Finanças russo.
O apoio de Rússia, China e Brasil é crucial para o valor pretendido pelo FMI. Europa e Japão já prometeram US$320 bilhões. Um diplomata internacional afirmou que, no total, países emergentes dispuseram pelo menos US$100 bilhões.
O FMI vem alertando que a crise da dívida da zona do euro apresenta o risco mais grave à expansão da economia global, e mercados financeiros mostram preocupação que Espanha e Itália podem ser os próximos a procurar resgates, na linha do que fizeram Grécia, Irlanda e Portugal.
Mas o Brasil afirmou que, como condição para fornecer fundos, as potências emergentes querem novas garantias de que haverá reconhecimento por escrito no comunicado do G20 do peso que suas crescentes economias têm no âmbito global. Elas estão frustradas com atrasos -particularmente dos Estados Unidos- na implementação de um acordo para reduzir a influência da Europa no FMI e levantar a China para o posto número 3 de votação.
"O que queremos e exigimos em todas as reuniões é que esse compromisso seja reafirmado", afirmou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, após reunião na quinta-feira de autoridades dos Brics, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Mantega vai tratar do assunto de maneira mais contundente ainda em um discurso preparado para o sábado em uma comissão do FMI, afirmando que não é mais suficiente a simples repetição de que reformas no sistema de votação são cruciais para a efetividade do FMI.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Previsões do BC e do Mercado


SÃO PAULO, 2 Abr (Reuters) - O mercado financeiro reduziu suas previsões para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano e no próximo, mostrou o relatório Focus do Banco Central, nesta segunda-feira. O mercado estima que a economia vai crescer 3,20 por cento neste ano e 4,20 por cento no próximo, ante 3,23 por cento e 4,29 por cento, respectivamente, no relatório da semana passada.
A previsão para o corte da taxa Selic na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central em 17 e 18 de abril manteve-se em 0,75 ponto percentual, para 9,00 por cento ao ano em 2012.
As projeções para a inflação pouco mudaram em relação ao relatório anterior. A previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano recuou para 5,27 por cento, ante 5,28 por cento no relatório da semana passada. A meta oficial de inflação é de 4,5 por cento, com margem de tolerância de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
Para 2013, a estimativa do mercado mantém-se em 5,50 por cento. Para o IPCA em 12 meses, as projeções do relatório Focus apontam alta de 5,40 por cento, ante 5,41 por cento na semana passada.
Em seu Relatório Trimestral de Inflação, divulgado na última quinta-feira, o Banco Central prevê que a inflação ficará em 4,4 por cento neste ano e em 5,2 por cento no ano que vem. No relatório anterior, de dezembro passado, as estimativas tanto para este quanto para o ano que vem estavam em 4,7 por cento.
A divergência entre as duas projeções do BC para a inflação reforçou a visão de analistas do mercado financeiro de que a autoridade monetária será obrigada a elevar em 2013 a taxa básica de juros para conter pressões de preços.
Os analistas preveem que a Selic terminará 2012 em 9,00 por cento e voltará a subir 0,25 ponto percentual em março, abril, maio e junho de 2013, quando retornará ao patamar de dois dígitos para encerrar o próximo ano em 10 por cento.
A taxa de câmbio prevista no relatório Focus para o fim de 2012 é de 1,77 real por dólar, ante 1,76 real por dólar na semana passada. Na sexta-feira, o dólar fechou a 1,8262 real para venda, em queda de 0,05 por cento.
ESTÍMULOS
No Relatório Trimestral de Inflação, o BC reconheceu que o Brasil está crescendo abaixo do seu potencial. O cenário central projetado pela autoridade monetária "contempla ritmo moderado da atividade econômica doméstica no curto prazo, com tendência de aceleração ao longo deste ano". No ano passado, o PIB cresceu 2,7 por cento, muito aquém dos 7,50 por cento vistos em 2010.
O governo tem prometido estimular a atividade econômica, a fim de obter uma expansão na casa dos 4 por cento neste ano. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, deve anunciar nesta terça-feira mais um pacote de medidas para beneficiar o setor industrial, cujo desempenho frustrante vem freando o crescimento da economia.