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quinta-feira, 5 de maio de 2011

POLÍTICA DE MICROCRÉDITO

O governo está preparando novas medidas para incentivar o microcrédito. Segundo o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland, a ideia é estimular os bancos a emprestarem recursos a brasileiros que queiram investir em pequenos negócios. As instituições financeiras são obrigadas hoje a destinar 2% de todos os depósitos à vista ao microcrédito. No entanto, a maior parte desse dinheiro - que chega a R$ 3 bilhões - é tomada por pessoas físicas para consumo.
"É importante que haja no Brasil a recuperação de uma política de microcrédito produtivo orientado", disse Holland. Segundo o secretário, o ideal seria que o microcrédito fosse dirigido aos chamados microempreendedores individuais (pessoas que trabalham por conta própria) e também aos beneficiários do programa Bolsa Família. Para os bancos, a vantagem de conceder recursos para investimentos é a redução da inadimplência.
A nova política deve ser concluída até o final do primeiro semestre. Segundo o secretário, o governo também está fechando os detalhes finais da segunda fase da Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP). Nos bastidores da área econômica, o novo programa está sendo chamado de Política de Desenvolvimento da Competitividade (PDC).
Entre as ações está a flexibilização das regras para a devolução mais rápida de créditos tributários aos exportadores. Os critérios exigidos hoje pelo governo dificultam a obtenção desses recursos. Além disso, o governo ainda não resolveu o problema do estoque de créditos que está acumulado nas mãos dos empresários e que soma hoje cerca de R$ 20 bilhões. Segundo Holland, entre as alternativas que estão sendo discutidas para a PDC está a possibilidade de o governo devolver esse estoque mais rapidamente.

AJUDA DOS EMPRESÁRIOS NA INFLAÇÃO


O ministro da Fazenda, Guido Mantega, pediu nesta quarta-feira (4/5) aos empresários que se unam ao governo no combate à inflação. Em reunião do Grupo de Avanço da Competitividade (GAC), o ministro fez um apelo para que os empresários evitem repassar a alta dos custos para os preços.

De acordo com a presidente da Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa), Elizabeth Carvalhães, o ministro advertiu para o risco de indexação da economia, caso o setor privado repasse aos preços os aumentos de custos. Segundo ela, os empresários responderam que não pretendem atrapalhar o combate à inflação. “A inflação provocada pela indexação de preços seria o pior dos mundos”, afirmou Elizabeth.

Apesar do pedido de ajuda ao setor privado, a representante da indústria de celulose afirmou que Mantega assegurou que a inflação, no acumulado de 12 meses, voltará a ficar abaixo do teto da meta (6,5%) no segundo semestre. “Para nós, como setor privado, o mais importante foram as garantias que ele e outros ministros deram de que a inflação estará controlada no segundo semestre e não deve ser uma preocupação do empresariado”, destacou.

Originalmente chamado de Grupo de Acompanhamento da Crise, o GAC foi criado em 2009 para reunir representantes do governo e do setor privado em discussões sobre a crise econômica mundial. No ano passado, o grupo passou a debater entraves para o crescimento da produção, como carga tributária, juros e câmbio. Este ano, o grupo foi rebatizado de Grupo de Avanço da Competitividade.