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segunda-feira, 14 de março de 2011

MEDIDAS DE AUSTERIDADE EM PORTUGAL

 Centenas de milhares de portugueses protestaram ontem em Lisboa e outras 10 cidades do país contra as novas medidas de austeridade anunciadas pelo governo no dia anterior. Na capital portuguesa, cerca de 200 mil manifestantes carregaram faixas com slogans pedindo uma mudança de política para reverter o aumento do desemprego, as precárias condições de trabalho para os jovens e a queda nos padrões de vida.

“O anúncio de mais austeridade ontem foi uma completa falta de vergonha. Essa manifestação é o começo de uma onda de protestos”, disse Joana Manuel, 34 anos, uma professora universitária que deve perder o emprego no final do ano.

Na sexta-feria, o governo anunciou uma série de cortes nos gastos e alterações nos impostos, com o objetivo de reduzir o deficit orçamentário para 4,6% em 2011. As medidas se destinam a convencer os mercados de que Portugal pode resolver seus problemas financeiros sem recorrer à ajuda internacional, como fizeram Grécia e Irlanda.

As manifestações de ontem foram organizadas por um grupo de usuários da Internet que se autodenomina Geração Precária, principalmente, por meio das redes sociais. No blog da organização, eles dizem que não têm ligações com qualquer partido político. A polícia se recusou a fornecer estimativas sobre o número de manifestantes, mas os organizadores e a mídia local afirmam que ao menos 200 mil pessoas foram às ruas em Lisboa, cerca de 80 mil no Porto e milhares em outras cidades do país.

Espanha
O governo socialista espanhol, por sua vez, planeja mais medidas para assegurar o cumprimento das metas da União Europeia de redução do deficit e impulsionar a competitividade do país. “É provável que haverá novas iniciativas de sustentação fiscal”, disse o primeiro-ministro José Luiz Rodriguez Zapatero, em programa nacional de rádio.

Segundo Zapatero, as medidas propostas pela Espanha serão esclarecidas durante o encontro do Conselho Europeu, em 24 e 25 de março. O país luta para impulsionar o crescimento enquanto tenta convencer os mercados de que tem solvência financeira. A agência de classificação de risco Moody’s reduziu o rating (nota) da Espanha em um grau, para Aa2 na quinta-feira, estimando em alto o custo de reestruturação dos bancos regionais, as Cajas, mais expostos à crise. A Espanha quer cortar seu deficit público de cerca de 9% do Produto Interno Bruto (PIB) para 6% e chegar à meta europeia de 3% em 2013.

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